EBD – Lição 7 (ADULTOS) – A Deposição da Rainha Vasti e a Ascensão de Ester – 3 Tri 2024
TEXTO ÁUREO
“Antes, dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tg 4.6)
VERDADE PRÁTICA
Devemos nos conservar humildes, confiando na justiça de Deus, pois Ele governa a todos, abatendo ou exaltando.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Et 1.5-8
Assuero faz um convite de um banquete público ao povo da fortaleza de Susã
Terça – Et 1.9
A rainha Vasti também oferece um banquete, porém, restrito às mulheres
Quarta – Et 1.10-12
A rainha Vasti resiste a ordem do rei
Quinta – Et 1.13-15, 20-22
O rei se aconselha com sábios e destitui a rainha
Sexta – Et 2.1-4
O rei Assuero decide escolher uma nova rainha
Sábado – Et 2.16,17
A rainha escolhida foi a judia Ester
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ester 1.10-12,16,17,19; 2.12-17
Ester 1
10 – E, ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e a Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero,
11 – que introduzissem na presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista.
12 – Porém a rainha Vasti recusou vir conforme a palavra do rei, pela mão dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e ardeu nele a sua ira.
16 – Então, disse Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não somente pecou contra o rei a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes e contra todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero.
17 – Porque a notícia deste feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seus maridos aos seus olhos, quando se disser: Mandou o rei Assuero que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, porém ela não veio.
19 – Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se nas leis dos persas e dos medos, e não se revogue que Vasti não entre mais na presença do rei Assuero, e o rei dê o reino dela à sua companheira que seja melhor do que ela.
Ester 2
12 – E, chegando já a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra e seis meses com especiarias e com as coisas para a purificação das mulheres),
13 – desta maneira, pois, entrava a moça ao rei; tudo quanto ela desejava se lhe dava, para ir da casa das mulheres à casa do rei;
14 – à tarde, entrava e, pela manhã, tornava à segunda casa das mulheres, debaixo da mão de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; não tornava mais ao rei, salvo se o rei a desejasse e fosse chamada por nome.
15 Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu (que a tomara por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e alcançava Ester graça aos olhos de todos quantos a viam.
16 – Assim, foi levada Ester ao rei Assuero, à casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado.
17 – E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti.
HINOS SUGERIDOS: 457, 491, 525 da Harpa Cristã
EBD ADULTOS CPAD – 3° TRIMESTRE DE 2024 – REVISTA: O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos Livros de Rute e Ester para a Nossa Geração – Escola Biblica Dominical – Lição 7 (ADULTOS) – A Deposição da Rainha Vasti e a Ascensão de Ester – 3 Tri 2024 – PROGRAMA EBD COMENTADA ONLINE – Lição comentada pelo Pastor Mário Luna.
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Esta lição apresenta o contraste entre duas mulheres, Vasti e Ester. Vastir, a rainha que foi deposta por se recusar a obedecer ao rei. Ester, a judia que se tornou rainha e teve como marca obedecer às orientações de seu primo Mardoqueu.
Para aprofundar nesses contrastes estudaremos o banquete de Assuero e recusa de Vasti; a deposição de Vasti; a ascensão da jovem judia Ester. Nesta lição, também perceberemos a atributo incomunicável de Deus denominado de presciência. Ele conhece de antemão todas as ações humanas.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Explicar o banquete de Assuero e a recusa da rainha Vasti; II) Refletir a respeito da resistência e da deposição da rainha Vasti; III) Mostrar a ascensão de Ester ao posto de rainha.
B) Motivação: Obediência é um atributo bíblico muito importante para desenvolver a humildade cristã. O contrário da obediência é a desobediência que pode levar ao orgulho e a arrogância. Estas trazem consequências inevitáveis. A Palavra de Deus nos mostra que obedecer é melhor que o sacrificar (1 Sm 15.22).
C) Sugestão de Método: Para concluir a lição, estabeleça um contraste a respeito dos comportamentos de Vastir e Ester: a) Vastir: recusa-se a ir festa do rei; b) Ester: a jovem judia que obedeceu aos conselhos de seu primo, Mardoqueu.
Em seguida, mostre que tal comportamento obediente de Ester resultou na sua elevação de rainha. Esse posto, mais tarde, se mostrará crucial para o livramento que o Senhor nosso Deus fará em favor de seu povo. Neste livro, embora não esteja grafada, percebemos a providência divina atuando do início ao fim.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Há um tempo oportuno que Deus faz chegar para que sejamos instrumentos usados em suas mãos. Assim como Deus fez na vida de Ester, que aguardou o tempo oportuno para chegar ao posto de rainha, Ele requer que confiemos em seu favor para que o tempo oportuno também chegue em nossa vida para fazer a sua vontade.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A recusa da rainha Vasti”, localizado após o primeiro tópico, explica o contexto histórico-cultural do episódio; 2) O texto “Ester”, ao final do terceiro tópico, destaca um resumo biográfico da personagem.
INTRODUÇÃO
Deus estabeleceu princípios imutáveis, pelos quais governa a todos os povos, independente de cultura, época ou lugar. Nesta lição, veremos o claro contraste entre as condutas de Vasti e de Ester, a obediente moça judia que ascendeu ao trono de rainha de um dos maiores impérios de todos os tempos, o Império Persa.
A lição de hoje começa com uma discussão familiar que se transforma em uma crise nacional. É uma lição difícil de ministrar, pois alguns acham que Vasti estava errada em desobedecer ao rei, enquanto outros acreditam que ela estava certa e o rei estava errado.
Embora o comentarista deixe clara sua posição ao longo da lição, e eu precise fazer algumas observações, vamos focar no fato de que Deus usou a recusa de Vasti para levantar Ester como rainha, com um propósito não apenas nacional, mas mundial.
PALAVRA-CHAVE – Obediência
EBD ADULTOS CPAD – 3° TRIMESTRE DE 2024 – REVISTA: O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos Livros de Rute e Ester para a Nossa Geração – Escola Biblica Dominical – Lição 7 (ADULTOS) – A Deposição da Rainha Vasti e a Ascensão de Ester – 3 Tri 2024 – PROGRAMA EBD COMENTADA ONLINE – Lição comentada pelo Pastor Mário Luna.
I – O BANQUETE DE ASSUERO E A RECUSA DE VASTI
No capítulo 1, três banquetes são mencionados: um para oficiais militares e políticos (vv. 1-4); um para os homens de Susã, local do palácio de inverno do rei (vv. 5-8); e outro para as mulheres de Susã (v. 9), oferecido pela rainha Vasti.
1. O rei Assuero.
Filho de Dario, Assuero governou o Império Persa por 20 anos (486-465 a.C.), reinando “desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias” (Et 1.1). Seu nome grego é Xerxes.
No terceiro ano de seu reinado, Assuero convidou a nobreza imperial e os senhores de todas as províncias para mostrar-lhes a grandiosidade do reino e as suas riquezas. A recepção durou 180 dias (Esse é o primeiro banquete).
Os reis do Oriente ofereciam banquetes suntuosos, e Assuero queria impressionar seus nobres e líderes militares com sua riqueza e poder. Ao verem toda essa opulência, os oficiais se sujeitariam ao rei. Sendo orgulhoso, ele sabia usar o orgulho dos outros a seu favor.
Acredita-se que foi nessa ocasião que Assuero tratou, com seus generais e conselheiros, da expedição militar que faria contra a Grécia, batalha que se transformou em um grande fracasso, conforme narra, em detalhes, o historiador grego Heródoto (484-425 a.C.).
Depois de consultá-los, o rei reuniu todos num banquete de sete dias para festejarem juntos. Em Ester 1:11, o escritor dá a entender que os príncipes também estavam presentes nessas festividades.
2. Um banquete público, outro exclusivo.
Passados os 180 dias, Assuero ofereceu um banquete para todo o povo de Susã, no pátio do jardim de seu palácio. Havia muito luxo e ostentação, além de bebida à vontade, em uma festa programada para durar sete dias (Et 1.5-8).
Assuero tinha como mulher a rainha Vasti, que alguns estudiosos acreditam ser a mesma Améstris, citada por Heródoto em seu livro História. Ela também ofereceu um banquete, porém restrito às mulheres do palácio (Et 1.9).
Essa restrição, segundo algumas fontes, era um costume persa de não expor suas esposas aos olhares públicos. Imaginem um banquete reunindo homens, muitos deles embriagados, junto com várias mulheres. Certamente, isso não acabaria bem.
3. O convite à rainha.
No sétimo dia de seu banquete, depois de ter bebido bastante, Assuero estava em euforia: “o coração do rei [estava] alegre do vinho” (Et 1.10).
Precisamos considerar que, embora o texto diga que o coração do rei estava alegre, essa alegria após sete dias de bebedeira pode ser classificada como embriaguez, mesmo que o rei não estivesse caindo. Já vi várias pessoas “alegres” que não falam coisa com coisa.
Foi quando ordenou que lhe trouxessem a rainha Vasti, “com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista” (Et 1.11). A rainha simplesmente recusou acompanhar os sete eunucos que o rei enviou para conduzi-la à sua presença (Et 1.12).
Aqui, precisamos entender que a recusa de Vasti é mencionada apenas para explicar como Ester chegou a ser rainha, sem que o escritor bíblico reprove a conduta de Vasti.
Isso lembra muitas festas atuais que acabam em brigas por causa da embriaguez.
Agora, vamos refletir: qual mulher em sã consciência se submeteria a essa ordem?
SINÓPSE I
O rei ordena a rainha Vasti para o acompanhar a fim de que sua formosura fosse mostrada aos convivas. A rainha não aceita.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“A RECUSA DA RAINHA VASTI
A rainha Vasti se recusou a desfilar diante dos amigos do rei, possivelmente por ser contra o costume persa uma mulher apresentar-se diante de uma reunião pública de homens. Este conflito entre o costume persa e a ordem do rei colocou-a em uma difícil situação, e ela escolheu não obedecer à ordem de seu marido embriagado, na esperança de que ele, mais tarde, recobrasse o juízo.
Alguns sugerem que Vasti estava grávida de Artaxerxes, que nasceu em 483 a.C., e não queria ser vista em público naquele estado. Qualquer que tenha sido o motivo, sua atitude foi uma quebra de protocolo que também colocou Assuero em situação difícil. Se uma ordem era expedida por um rei persa, ele nunca poderia revertê-la (leia nota sobre 1.19).
Enquanto se preparava para invadir a Grécia, Assuero havia convidado muitos importantes oficiais de todo o império para ver o seu poder, riqueza e autoridade. Caso sua autoridade sobre a própria esposa fosse colocada em dúvida, sua credibilidade militar — o maior critério de sucesso para um rei da antiguidade — seria prejudicada.
Além disso, o rei Assuero estava acostumado a ter o que queria” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 687).
EBD ADULTOS CPAD – 3° TRIMESTRE DE 2024 – REVISTA: O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos Livros de Rute e Ester para a Nossa Geração – Escola Biblica Dominical – Lição 7 (ADULTOS) – A Deposição da Rainha Vasti e a Ascensão de Ester – 3 Tri 2024 – PROGRAMA EBD COMENTADA ONLINE – Lição comentada pelo Pastor Mário Luna.
II – VASTI RESISTE À ORDEM DO REI E É DEPOSTA
Vasti rejeitou a ordem do rei, mas teve consequências. Assuero fez uma exigência insensata, e a ideia de substituir Vasti por outra mulher, em vez de resolver discretamente a ofensa, parece questionável.
No entanto, esses eventos, embora possam parecer normais e humanos, fazem parte do processo que leva Ester à posição de rainha, permitindo que ela use sua influência para proteger o povo de Deus. O mesmo aconteceu na venda de José e na calúnia que o levou para prisão.
Esses acontecimentos não são coincidências, mas a mão de Deus agindo de forma diferente do usual na Bíblia. O nome de Deus não é mencionado, mas sua ação é visível em tudo que está acontecendo.
1. A recusa da rainha.
São diversas as opiniões a respeito das condutas do rei e da rainha nesse episódio. Fontes extrabíblicas tentam justificar a desobediência de Vasti, com versões que pintam como absurda a pretensão do rei em apresentá-la em seu banquete.
O uso de fontes não bíblicas é saudável quando servem para aclarar o sentido do texto escriturístico. Contudo, podem levar à prática da eisegese (imposição do leitor ao texto de coisas que não estão lá) quando dão à Escritura um sentido alheio ao que foi revelado.
A narrativa bíblica é: uma festa pública acontecia e a rainha recusou atender ao rei. O texto para por aí. Fica difícil sustentar algum recato da rainha, principalmente se ela for, como alguns imaginam, a mesma Améstris citada por Heródoto, uma mulher astuta e sanguinária.
Existe muitas opiniões desde dizer que o rei mandou trazê-la nua ou semi-nua ou coisas do tipo. Porém, a Bíblia não menciona isso, pois esse fato não é relevante, pois o foco não é Vasti, e sim a ascensão de Ester.
2. A aplicação da lei.
Assuero estava, de fato, sob influência do vinho quando ordenou a vinda de Vasti, mas sua decisão de depô-la do cargo não se deu de forma intempestiva ou autoritária. Apesar da fúria, o rei suportou o constrangimento público de receber de volta os eunucos, sem a rainha.
A fúria do rei Assuero contra sua bela rainha foi uma atitude ignorante, imatura e despropositada. Em vez de se enfurecer com Vasti, o rei deveria ter se indignado consigo mesmo por agir com tanta insensatez.
Em seguida, submeteu o caso ao exame dos sábios de seu reino, entendidos nas leis e no direito dos medos e persas (Et 1.13,14). A pergunta do rei demonstrava prudência: “o que, segundo a lei, se devia fazer da rainha Vasti, por não haver cumprido [o seu mandado]”? (Et 1.15).
É importante mencionar que, por trás da aparente prudência de Assuero, havia um orgulho ferido.
Assuero era facilmente influenciado pelos conselheiros, tomava decisões precipitadas das quais se arrependia depois e ficava furioso quando as coisas não saíam como queria.
Apesar de ser senhor de um império poderoso, ele não conseguia dominar a si mesmo.
Assuero estava em uma difícil situação (situação que ele mesmo criou). Como poderia exercer o governo do império se não tinha autoridade sobre sua própria esposa?
Se o rei estivesse sóbrio, jamais teria pedido que a rainha exibisse sua beleza diante dos convidados embriagados. Isso mostra a consequência de seu ato.
Assuero foi vítima de seu orgulho, acreditando que poderia usar o banquete para exibir suas riquezas e convencer os presentes a aceitar a guerra iminente, incluindo sua esposa como um troféu. Nesse contexto, Vasti estava certa, e Assuero estava errado no tratamento de sua esposa.
Nas culturas de vários povos, incluindo Israel, a mulher muitas vezes era tratada como um objeto, como vemos nesse relato. No entanto, Cristo trouxe uma visão mais elevada para o papel da mulher, reconhecendo seu valor e dignidade.
3. A sentença de Vasti.
Examinado o caso, Memucã, um dos sábios, aconselhou ao rei que depusesse Vasti. Liderança pressupõe muita responsabilidade. Pela grande repercussão, a conduta da rainha seria um péssimo exemplo para todas as mulheres do reino:
“Porque a notícia deste feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seus maridos aos seus olhos” (Et 1.17). Isso provocaria desrespeito e discórdia nos lares (Et 1.18).
O conselho de Memucã agradou a Assuero e seus nobres, e ele decretou a deposição de Vasti. Além disso, enviou cartas a todas as províncias, estabelecendo “que cada homem fosse senhor em sua casa” (Et 1.22).
Considere a futilidade da regulação: “que cada homem fosse senhor em sua casa” (Est 1.22). Todo o peso da autoridade imperial estava por trás desse edito: era um decreto real, uma lei que nunca poderia ser revogada (veja Est 1.19).
Mas qual foi o resultado desse esforço? A ordem social persa estava realmente ameaçada pela resistência de uma única mulher? Mesmo que estivesse, pode-se impor um princípio de autoridade do homem por decreto governamental?
Todos os homens devem exercer o poder de maneira egoísta, como Assuero, e esperar obediência imediata? Deve um homem banir sua esposa se ela não se submeter à sua vontade? Defender Assuero é defender a ideia de que homens podem banir suas esposas caso elas não se conformem com suas exigências.
Uma das qualificações exigidas do líder cristão é exatamente esta: exercer o governo da própria casa. O princípio bíblico é: o homem que não lidera em casa não é apto para cuidar da Igreja de Deus (1 Tm 3.4,5).
De fato, Deus estabelece o homem como cabeça do lar, mas há diferenças notáveis em relação ao decreto de Assuero. Enquanto o decreto de Deus não é um gesto vazio e fútil, a liderança cristã em casa e na igreja deve ser fundamentada no amor autossacrificial de Cristo, não no controle tirânico como foi o caso de Assuero.
Para os homens que seguem a Jesus, ser cabeça nunca deve ser um mero exercício de poder. O verdadeiro papel de liderança é exemplificado pelo amor de Cristo pela igreja. Em Efésios 5:22-25, temos:
“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido […] Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo.”
“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.”
O verdadeiro amor não é usar a esposa como um objeto para satisfazer desejos pessoais, mas dar-se a ela, ajudando-a a desenvolver seus dons e aspirações piedosas. Se os maridos cristãos fossem mais como Cristo e menos como Assuero, talvez nossas esposas estivessem mais dispostas a se submeter à liderança.
Para a comunidade judaica em Susã, a mudança de rainha parecia irrelevante. No entanto, com o tempo, percebe-se que esses eventos foram parte do plano de Deus para o bem de Seu povo.
Da mesma forma, embora não possamos sempre ver a atuação de Deus em nossas vidas, isso não significa que Ele não esteja agindo. Sua ação pode ser silenciosa e discreta, trabalhando nas providências do dia a dia e cumprindo Suas promessas.
SINÓPSE II
A recusa de Vasti a leva a perder o posto de rainha no reino de Assuero.
EBD ADULTOS CPAD – 3° TRIMESTRE DE 2024 – REVISTA: O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos Livros de Rute e Ester para a Nossa Geração – Escola Biblica Dominical – Lição 7 (ADULTOS) – A Deposição da Rainha Vasti e a Ascensão de Ester – 3 Tri 2024 – PROGRAMA EBD COMENTADA ONLINE – Lição comentada pelo Pastor Mário Luna.
III – ESTER: A JUDIA SE TORNA RAINHA EM TERRA ESTRANHA
1. Quatro anos depois.
Há certo consenso entre os estudiosos de que a escolha da substituta de Vasti ocorreu após a frustrada campanha militar que Assuero lançou contra os gregos. A destruição quase total das forças navais persas na Batalha de Salamina, ano 480 a.C., forçou seu retorno para Susã.
Passada a ira, o rei se lembrou de Vasti, do que ela havia feito e do que ele havia decretado (Et 2.1). Assim, no 479 a.C., aconselhado por seus servos mais próximos, Assuero decide escolher a nova rainha (Et 2.2).
2. O universo da escolha.
Apesar de governar um império originário de longas sucessões entre famílias da Média e da Pérsia, Assuero decidiu escolher a nova rainha dentre moças de todas as províncias do reino.
Não havia restrição quanto à origem étnica ou racial. A única exigência é que fossem virgens e formosas (Et 2.2-4). Quando Deus dirige o processo, nenhum detalhe fica esquecido. Ele cuida de tudo.
O concurso foi divulgado e muitas moças levadas à Susã. Mardoqueu morava próximo ao palácio e, com ele, a prima Ester, criada como filha. Levada à casa do rei, Ester ficou sob os cuidados de Hegai, guarda das mulheres, de quem logo conquistou a simpatia (Et 2.7-9).
Havia uma graça especial em Ester. Além de se apressar em dar-lhe os seus enfeites e alimentos, e sete moças para lhe assistirem, Hegai “a fez passar ao melhor lugar da casa das mulheres” (Et 2.9).
Embora o texto não diga, não há outra explicação: o Deus que estava com José, estava também com Ester (Gn 39.2,21,23).
3. A obediência de Ester.
Mardoqueu ordenou a Ester que não declarasse qual era o seu povo e sua parentela. Qual a razão dessa ordem? Não sabemos ao certo, já que não havia restrição étnica no processo de escolha da nova rainha.
Mesmo sem entender o motivo da proibição, Ester obedeceu, à risca, a ordem de Mardoqueu (Et 2.10). Ela não exigia explicação para obedecer. Mardoqueu demonstrava profunda preocupação com o bem-estar de Ester, passando diariamente diante do pátio da casa das mulheres para saber como ela estava (2.11).
Havia respeito e cuidado mútuo entre eles. Cumpridos os 12 meses de preparação, chegou a vez de Ester ser levada à presença de Assuero:
“E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti” (Et 2.17).
Deus sempre reserva alguém para cumprir Seus propósitos, seja um homem como José ou Moisés, ou uma mulher como Ana, Ester ou Maria. Lembre-se dos grandes personagens da história que Deus preparou para ocasiões específicas.
Não devemos comparar a obediência de Ester a Deus, através de Mardoqueu, com a desobediência de Vasti ao rei, um homem insensato, imaturo e orgulhoso. Assim, não podemos comparar Assuero com Deus e Vasti com a igreja, pois o texto não trata disso e não há semelhança entre eles.
SINÓPSE III
A jovem judia Ester é elevada ao posto de rainha numa terra estranha.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
“ESTER
Uma exilada judia que viveu na Pérsia durante o reinado de Assuero (Xerxes, 486-465 a.C.). O nome Ester vinha do persa stara, “estrela”, ou de Ishtar, uma deusa babilônia. Seu nome heb. era Hadassa, que significa “murta”. Ester era órfã e foi criada por seu primo Mardoqueu.
Sua beleza foi o motivo de ter sido contada entre as virgens trazidas a Assuero para a seleção de uma rainha para reinar no lugar de Vasti. Foi escolhida, tornou-se rainha, e viveu no palácio em Susã (q.v.).
Ester também é notada por sua bravura e lealdade ao seu povo. Arriscando a própria vida, ao revelar, pela primeira vez, que era judia, fez uma súplica ao rei para assinar um novo decreto, desfazendo o decreto de Hamã contra os judeus” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.696).
CONCLUSÃO
Vasti precisava sair para Ester entrar. Embora recusar-se a obedecer a uma ordem absurda do rei tenha sido correto, o erro foi do rei. Foi por causa do erro do rei que Ester chegou a ser rainha. Portanto, nunca use a frase “Não rejeite a ordem do rei” com base na história de Assuero e Vasti, pois ordens assim devem sempre ser rejeitadas.
Ester havia chegado ao posto em que, no tempo oportuno, seria um instrumento para cumprir os propósitos divinos. Um dos atributos incomunicáveis de Deus é a sua presciência. Somente Ele conhece, de antemão, todos os acontecimentos futuros (Is 46.9,10). Podemos confiar nossa vida inteiramente à sua direção, pois Ele sabe o que é melhor para nós (Jr 29.11).
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual a diferença entre o banquete de Assuero e o de Vasti?
Assuero ofereceu um banquete para todo o povo de Susã, no pátio do jardim de seu palácio. Vasti também
ofereceu um banquete, porém, restrito para as mulheres do palácio (Et 1.9).
2. Qual o procedimento adotado por Assuero para decidir o futuro da rainha?
Ele submeteu o caso ao exame dos sábios de seu reino, entendidos nas leis e no direito dos medos e persas (Et 1.13,14).
3. Que resolução foi acompanhada do seu decreto de deposição de Vasti?
Ele decretou a deposição de Vasti. Além disso, enviou cartas a todas as províncias, estabelecendo “que cada homem fosse senhor em sua casa” (Et 1.22).
4. Quais os critérios para a escolha da nova rainha?
Não havia restrição quanto à origem étnica ou racial. A única exigência é que fossem virgens e formosas (Et 2.2-4).
5. O que se destaca na obediência de Ester?
Mardoqueu ordenou a Ester que não declarasse seu povo e sua parentela. Qual a razão dessa ordem? Não sabemos ao certo, já que não havia restrição étnica no processo de escolha da nova rainha. Mesmo sem entender o motivo da proibição, Ester obedeceu à risca a ordem de Mardoqueu (Et 2.10). Ela não exigia explicação para obedecer.
VOCABULÁRIO
Eisegese: Interpretação de um texto atribuindo-lhe ideias do próprio leitor.
EBD ADULTOS CPAD – 3° TRIMESTRE DE 2024 – REVISTA: O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos Livros de Rute e Ester para a Nossa Geração – Escola Biblica Dominical – Lição 6 (ADULTOS) – O Livro de Ester – 3 Tri 2024 – PROGRAMA EBD COMENTADA ONLINE – Lição comentada pelo Pastor Mário Luna.
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Graça e paz pastor Mário , louvado seja Deus pela sua vida , amo as aulas da EBD , principalmente por serem comentadas pelo senhor , sendo assim , nos dando a oportunidade de ampliar o nosso conhecimento e trazer para sala de aula .
A Paz do Senhor querida!
Eu agradeço por suas palavras e continuamos contando com vossa oração.