EBD - Lição 9 (ADULTOS) - A Conspiração de Hamã contra os Judeus - 3 Tri 2024

EBD – Lição 9 (ADULTOS) – A Conspiração de Hamã contra os Judeus – 3 Tri 2024

EBD – Lição 9 (ADULTOS) – A Conspiração de Hamã contra os Judeus – 3 Tri 2024

TEXTO ÁUREO

“E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” (Mt 10.22)

VERDADE PRÁTICA

Quando nos tornamos agradáveis ao mundo é sinal de que nossa fidelidade a Deus está em crise.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ef 6.9; 1 Pe 5.2,3

Devemos agir com serenidade em qualquer área de liderança

Terça – Et 3.6

Hamã planeja destruir os judeus de todo o reino de Assuero

Quarta – Gn 6.11-13; 2 Tm 3.1-4

A motivação de Hamã para a violência remonta tempos longínquos

Quinta – Et 4.3,4

Luto, jejum, choro e lamentação diante da ameaça de Hamã

Sexta – Dn 6.10; Ef 6.18; 1 Ts 5.17

A importância da oração para suportar as intempéries do mundo

Sábado – Zc 14.4-9; Rm 11.26; Ap 1.7

Jesus, o Messias, salvará Israel, quando de sua conversão nacional

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Ester 3.7-11; 4.1-4

Ester 3

7 – No primeiro mês (que é o mês de nisã), no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, a sorte, perante Hamã, de dia em dia e de mês em mês, até ao duodécimo  mês,  que é o mês de adar. 

8 – E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espalhado e dividido entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo cujas leis  são  diferentes  das leis  de todos os povos e que não cumpre as leis do rei; pelo que não convém ao rei deixá-lo  ficar. 

9 – Se bem parecer ao rei, escreva-se que os matem; e eu porei nas mãos dos que fizerem a obra dez mil talentos de prata, para que entrem nos tesouros do rei. 

10 – Então, tirou o rei o anel da sua mão e o deu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus. 

11 – E disse o rei a Hamã: Essa prata te é dada, como também esse povo, para fazeres dele o que bem parecer aos teus olhos.

Ester 4

1 – Quando Mardoqueu soube tudo quanto se havia passado, rasgou Mardoqueu as suas vestes, e vestiu-se de um pano de saco com cinza, e saiu pelo meio da cidade, e clamou com grande e amargo clamor; 

2 – e chegou até diante da porta do rei; porque ninguém vestido de pano de saco podia entrar pelas portas do rei. 

3 – E em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegavam havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em pano de saco e em cinza.

4 – Então, vieram as moças de Ester e os seus eunucos e fizeram-lhe saber, com o que a rainha muito se doeu; e mandou vestes para vestir a Mardoqueu e tirar-lhe o seu cilício; porém ele não as aceitou.

Hinos Sugeridos: 77, 531, 578 da Harpa Cristã

EBD ADULTOS CPAD3° TRIMESTRE DE 2024 – REVISTA: O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos Livros de Rute e Ester para a Nossa Geração – Escola Biblica Dominical – Lição 9 (ADULTOS) – A Conspiração de Hamã contra os Judeus – 3 Tri 2024 – PROGRAMA EBD COMENTADA ONLINE – Lição comentada pelo Pastor Mário Luna.

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

A lição de hoje nos auxilia a refletir a respeito de um tema muito atual: o Antissemitismo. Nela, estudaremos o plano odioso de Hamã em exterminar todos os judeus do reino persa.

A causa desse intento de Hamã se revela de caráter pessoal, mas que atinge toda uma nação. A história bíblica que estudaremos nos revela como é antiga a campanha de ódio contra o povo judeu.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Explicar o plano odioso de Hamã; II) Destacar a tristeza de Mardoqueu, dos judeus e de Ester; III) Apontar o perigo e a crueldade do Antissemitismo Moderno.  

B) Motivação: Como reflexão a respeito do perigo do Antissemitismo no meio cristão, leia atentamente o seguinte trecho: “O Holocausto não começou com Hitler enfileirando os judeus para a câmara de gás; ele começou com líderes religiosos plantando as sementes de ódio contra o povo judeu em suas congregações.

Hitler citava a Bíblia, capítulo e versículo, para justificar o seu ataque aos judeus” (Em Defesa de Israel, CPAD, p.40). 

C) Sugestão de Método: Para complementar a exposição do terceiro tópico, faça uma pesquisa em sites ou livros especializados a respeito do Holocausto, dos pogroms (ataques violentos contra judeus na Rússia e Ucrânia).

Busque imagens da época, depoimentos de sobreviventes, por meio de entrevistas ou biografias, de modo que crie e desenvolva uma perspectiva clara da gravidade e das consequências da tolerância de ataques antissemitas ao povo judeu. Apresente essas imagens ou depoimentos à medida que você exponha o tópico.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: A história do ódio de Hamã contra os judeus deve servir de alerta contra o Antissemitismo Moderno. Como evangélicos, amamos o povo judeu e oramos para que ele reconheça Jesus como o Messias.

Isso não significa fechar os olhos para seus erros. Contudo, nos impulsiona a repelir mentiras e narrativas construídas a fim de reputar o Estado de Israel como algoz quando desde sempre é o alvo do Terrorismo sistemático.

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Procurou destruir todos os judeus”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda mais sobre o ódio de Hamã contra os judeus; 2) O texto “É possível um cristão ser antissemita?”, ao final do terceiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito do antissemitismo moderno no mundo, bem como no meio cristão.

01 - Como Facilitar meu estudo da Bíblia
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INTRODUÇÃO

Na lição anterior, vimos que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante de Hamã. Nesta lição, estudaremos a respeito do plano de Hamã para exterminar todos os judeus do reino da Pérsia. Veremos, também, como o povo judeu tem sido perseguido ao longo de toda a história. Israel sobrevive pela providência divina.

PALAVRA-CHAVE – CONSPIRAÇÃO

A palavra “conspiração” refere-se ao ato de planejar ou tramar secretamente contra pessoas ou autoridades, geralmente com o objetivo de causar dano ou alcançar um fim ilícito.

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I – O PLANO ODIOSO DE HAMÃ

1. Intrigas e patologias do poder.

A conduta de Mardoqueu incomodou aos demais servos do rei. Eles o questionavam todos os dias: “Porque traspassas o mandado do rei?” (Et 3.3). Mardoqueu disse apenas que era judeu.

A postura de Mardoqueu nos ensina uma lição importante. Independentemente de onde estamos, devemos sempre agir conforme nossa identidade.

Como cristãos, somos cidadãos do reino de Deus e precisamos nos comportar dessa maneira onde quer que estejamos, mesmo que enfrentemos perseguições.

Incomodados, seus conservos foram denunciá-lo a Hamã para verem se Mardoqueu continuaria com a mesma postura. Pelo visto não era um zelo sincero pela palavra do rei. Pareceu mais uma tentativa de jogar lenha na fogueira.

Invejas e intrigas costumam reinar em todo o tipo de grupo social. Hamã ficou furioso e reagiu de maneira absolutamente desproporcional. Revelando uma personalidade doentia, planejou o extermínio de todos os judeus (Et 3.4-6).

Quem exerce autoridade, em qualquer área da vida, precisa agir com serenidade, sabendo que todos temos um Senhor nos céus (Ef 6.9; 1 Pe 5.2,3). Abuso de poder leva à queda (Pv 16.18).

Autoridade x Autoritarismo

A autoridade é o poder ou direito de comandar, tomar decisões e fazer cumprir a obediência. Ela é exercida de maneira justa, ética e respeitosa, levando em consideração o bem-estar daqueles que estão sob sua liderança.

O autoritarismo é o exercício do poder de maneira opressiva, sem levar em consideração as necessidades, direitos ou opiniões dos outros. Caracteriza-se pela imposição de vontade pessoal, frequentemente baseada no medo e na coerção.

Hamã não agiu com autoridade. Ele utilizou sua posição de poder para satisfazer seus desejos pessoais de vingança e ego. Embora possuísse uma alta posição na corte persa, seu uso do poder foi egoísta e opressivo.

Mardoqueu por sua vez demonstrou autoridade moral ao se recusar a dobrar-se diante de Hamã, não por falta de respeito à autoridade, mas por sua lealdade a Deus e aos princípios de sua fé. Mardoqueu exerceu sua autoridade ao defender seu povo, buscando o bem-estar dos judeus de forma justa e honrada.

2. A extensão do plano.

O Império Persa abrangia todo o Antigo Oriente Próximo, desde o rio Indo, na Índia (hoje no Paquistão) até o Mediterrâneo Oriental. Incluía parte do Norte da África, até a Etiópia, e se estendia para além do mar Egeu (até a Trácia, na Europa; parte da atual Turquia, Grécia e Bulgária).

Em linha reta, de um extremo a outro, eram mais de 4 mil quilômetros. Em todo esse território havia inúmeras comunidades judaicas. Hamã planejou a destruição dos judeus de todo o reino de Assuero (Et 3.6). Isso incluía até os que haviam retornado para Jerusalém.

3. Astúcia e oportunismo.

Hamã convenceu Assuero escondendo sua verdadeira motivação, que era pessoal. Disse que havia um povo no reino que tinha leis diferentes e não cumpria as leis do rei. Por isso, convinha que fosse exterminado (Et 3.8).

Se Assuero decretasse a morte desse povo, Hamã entregaria 10 mil talentos de pratas (cerca 350 toneladas) para o tesouro real, o equivalente a dois terços da renda anual do Império Persa (Et 3.9).

Contabilizando o valor do grama da prata em 21-08-2024, que é R$ 5,19, o valor de uma tonelada é R$ 5.190.000,00 (cinco milhões, cento e noventa mil reais). Portanto, 350 toneladas correspondem a R$ 1.816.500.000,00 (um bilhão, oitocentos e dezesseis milhões e quinhentos mil reais).

Isso indica que Hamã era um bilionário disposto a gastar uma enorme fortuna para patrocinar a eliminação todos os judeus. O diabo utiliza seus recursos e investe grandes quantias para tentar frustrar os planos de Deus, mas ninguém pode impedir a ação divina, e Hamã descobriria isso da pior forma possível (Is 43.13).

O texto bíblico nos permite entender que Assuero concordou com Hamã sem questionar de que povo tratava.

Simplesmente tirou seu anel e o deu a Hamã, a quem coube definir os termos da carta a ser enviada a todas as províncias, assinada em nome do rei (Et 3.10-12). Nesse episódio, Assuero mostrou-se facilmente manipulável.

No episódio em que os guardas planejavam assassiná-lo, ele investigou a situação, mesmo com a notícia vinda da rainha Ester. No entanto, neste caso, ele apenas ouve Hamã sem aplicar nenhum critério para avaliar a informação.

Será que isso se deve ao fato de que Hamã era um bilionário e havia muito dinheiro envolvido para o tesouro real? Essa é uma possibilidade.

Hamã soube apelar para o seu ego. Liderar requer prudência e sabedoria para identificar desavenças pessoais disfarçadas de motivações, aparentemente, nobres.

SINÓPSE I

O plano odioso de Hamã contra os judeus revela astúcia e oportunismo.

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

“PROCUROU DESTRUIR TODOS OS JUDEUS

Hamã, o primeiro-ministro da Pérsia, é a primeira figura política na Bíblia a idealizar um plano sinistro para, em sua esfera de influência e autoridade, exterminar todos os judeus. Este plano de genocídio (isto é, um esforço sistemático de matar todas as pessoas de um grupo étnico, nacional ou religioso) contra a raça dos judeus se compara ao plano de Antíoco Epifânio, no século II a.C (veja Dn 11.28, nota), aos perversos planos de Adolf Hitler, na Europa do século XX, e às intenções do anticristo, que procurará destruir todos os judeus e cristãos no fim da história […].

[…] Ao dar a sua lei a Israel, um dos propósitos de Deus foi tornar o seu povo diferente de todos os outros. Hamã reconheceu algo singular nos judeus e os odiou por isso. Sob o novo concerto (o plano de Deus de salvação espiritual por meio da vida e do sacrifício de Jesus Cristo), Deus ainda quer que o seu povo seja separado e positivamente distinto de toda a iniquidade e impiedade do mundo.

Ele deseja que eles sejam um povo santo e puro, que pertence a Ele (cf. 1Pe 2.9). Como na época de Ester, o mundo de hoje ainda odeia o povo de Deus porque eles são diferentes (cf. Jo 15.18-25).

O seu caráter piedoso e o seu comportamento estão em completo contraste com o modo de vida e os costumes aceitos pela maioria das pessoas do mundo” (Bíblia de Estudo Pentecostal: Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 838-40).

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II – A TRISTEZA DE MARDOQUEU, DOS JUDEUS E DE ESTER

1. O pavor da violência.

No dia definido para a morte dos judeus, ninguém deveria ser poupado. A ordem expressa era “que destruíssem, matassem e lançassem a perder a todos os judeus desde o moço até ao velho, crianças e mulheres, em um mesmo dia”, e que todos os seus bens fossem saqueados (Et 3.13).

Alguns comentaristas sugerem que Hamã, ao ordenar o saque dos judeus, poderia recuperar parte do dinheiro que gastou patrocinando a sua execução. Novamente, trata-se de uma possibilidade.

Hamã destilou todo o seu ódio no texto que preparou. Não há registro de levante algum dos judeus durante o Império Persa. Mesmo assim, todos corriam o risco de serem vítimas da perversidade de Hamã.

Iniciada por Caim, a violência apavora a humanidade em todos os tempos, e, infelizmente, cresce a cada dia (Gn 6.11-13; 2 Tm 3.1-4).

2. Bebida, confusão e tristeza.

O Império Persa tinha um sistema de correios muito eficiente, principalmente em função da estrada real, que ia de Susã a Sardes, na província da Lídia (hoje território turco). Depois das cartas enviadas a cada província, Assuero e Hamã puseram-se a beber.

Os moradores de Susã, contudo, ficaram confusos, certamente por não entenderem a repentina e esdrúxula (extravagante) ordem do rei.

Muitas vezes, passamos por situações que parecem não fazer sentido, e nos questionamos sobre o porquê daquilo. Nem sempre encontramos uma explicação, mas é essencial continuar acreditando no Deus que nos livra.

Mardoqueu entrou em profunda tristeza. Rasgando suas vestes, vestiu-se de pano de saco com cinza e saiu pela cidade “clamando em alta voz e soltando gritos de amargura” (Et 4.1 – NAA).

Ester ficou muito aflita. À medida que as cartas chegavam às províncias, a reação era a mesma. Havia um clima de luto, com jejum, choro e lamentação (Et 4.3,4). Só Deus pode frear a impetuosa maldade humana (Sl 22.28; Rm 1.18-20; Ap 19.11-16).

3. Crise e clamor.

O decreto de Assuero tirou a tranquilidade de todos os judeus e os levou a buscar o socorro divino (Et 4.3).

Sl 50:15 na (ARA) diz: invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.

Se, de um lado, havia a fé e a bravura dos 50 mil judeus que foram a Jerusalém para reedificá-la, liderados por Zorobabel (Ed 2.1,2,64-70), de outro lado havia a aparente tranquilidade dos que decidiram ficar em suas próprias habitações, por todo o Império Persa.

Mesmo dentre os que foram a Jerusalém, muitos se dedicaram a construir casas luxuosas, dando pouco valor à reconstrução do Templo, como denunciam os profetas pós-exílicos Ageu e Zacarias (Ag 1.9; Zc 8.9-13). Agora, todos corriam o risco de ser exterminados.

Por que, muitas vezes, precisamos experimentar crises para buscar a Deus de todo o coração (Is 55.6)? O correto é fazer como Daniel, que orava em todo tempo (Dn 6.10).

Somente com uma vida de oração constante, em casa e no templo, podemos vencer o mal (Ef 6.18; 1 Ts 5.17).

É claro que precisamos lembrar que uma vida de oração não nos livra de passar por aflições, mas nos prepara para enfrentá-las, confiando na proteção do nosso Deus.

Mesmo assim, haverá momentos em que o tempo de partir chega, como ocorreu com o Apóstolo Paulo, que sabia que sua jornada aqui na terra estava chegando ao fim.

SINÓPSE II

O plano odioso de Hamã trouxe tristeza e medo ao povo judeu.

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III – O PERIGO E A CRUELDADE DO ANTISSEMITISMO MODERNO

O antissemitismo refere-se especificamente à hostilidade, discriminação e perseguição contra os judeus, que são descendentes de Sem, um dos filhos de Noé segundo o relato bíblico. Embora o prefixo “semitismo” se refira a um grupo mais amplo de povos semitas, o termo “antissemitismo” foi especificamente associado à hostilidade contra os judeus.

1. Faces do antissemitismo.

De forma prática, antissemitismo é hostilidade sistemática contra os judeus. É possível verificar, ao longo da história, três faces de expressão desse ódio obstinado: antissemitismo religioso, nacionalista e racial.

No aspecto religioso, destacam-se as perseguições, como a do século XIV, quando os judeus foram acusados de serem os responsáveis pela peste negra, que assolou a Europa em 1348.

A Peste Negra, também conhecida como a Grande Peste, foi uma pandemia de peste bubônica que devastou a Europa entre 1347 e 1351, resultando na morte de cerca de 25 a 30 milhões de pessoas, o que representava aproximadamente um terço da população europeia na época.

A doença era causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida através de pulgas que parasitavam roedores, especialmente ratos.

O traje dos médicos da peste, com suas roupas pretas e máscaras com bico, era uma tentativa de proteção baseada nos conhecimentos médicos limitados da época. Embora não fosse eficaz na prevenção da propagação da peste, o traje se tornou um símbolo icônico do medo e da luta contra uma das pandemias mais devastadoras da história.

Os judeus foram acusados de causar a Peste Negra devido a uma combinação de fatores religiosos, sociais e econômicos. Naquela época, havia um grande preconceito e desconfiança em relação aos judeus, que já eram frequentemente marginalizados na sociedade europeia.

Quando a Peste Negra se espalhou rapidamente, causando grande sofrimento e morte, os rumores começaram a se espalhar de que os judeus estavam envenenando poços de água para espalhar a doença. Esse mito se difundiu amplamente, levando a ataques violentos contra comunidades judaicas.

Também durante a Idade Média, sofreram intensa perseguição pela Inquisição, principalmente a partir de 1478, na Espanha, por ordem do papa Sisto IV (1414-1484), e partir de 1536, em Portugal, pela instituição oficial do Tribunal do Santo Ofício pelo papa Paulo III (1468-1549).

O objetivo principal era combater o que chamavam de “heresia judaica”. Milhões de judeus foram espoliados, torturados, execrados (amaldiçoados) e mortos por não aderirem ao catolicismo e por questões econômicas e políticas.

A primeira ordem de confinamento de judeus em guetos não foi de Adolf Hitler, no século XX. Foi do papa Paulo IV, em 1555, e atingiu todos os Estados papais por mais de 300 anos.

Os guetos eram áreas designadas de uma cidade onde grupos específicos de pessoas eram forçados a viver, isoladas do resto da população. Assim, os judeus eram obrigados a viver em áreas separadas, que geralmente eram cercadas por muros e portões. Eles só podiam sair durante o dia e tinham que voltar antes do anoitecer.

Eles eram obrigados a usar marcas distintivas, como chapéus ou insígnias especiais, para diferenciá-los dos católicos. Também não podiam possuir propriedades fora do gueto e eram frequentemente impedidos de praticar muitas profissões.

As práticas religiosas judaicas eram severamente restringidas, e os judeus eram frequentemente submetidos a pressões para se converterem ao catolicismo.

2. Antissemitismo nacionalista e racial.

O aspecto nacionalista pode ser visto no século XIX e no início do século XX, na Ucrânia e na Rússia, através dos chamados pogromspô-groons (perseguições em massa), violentos ataques físicos indiscriminados aos judeus.

Os perpetradores dos pogroms (pô-groons) os organizavam localmente, algumas vezes com o incentivo do governo e da polícia. Eles estupravam e matavam suas vítimas, além de vandalizar e roubar suas propriedades.

A prosperidade dos judeus causava ódio, alimentado por teorias de conspiração. O povo judeu era apontado como culpado pelas crises econômicas de países do Leste Europeu, levando-os a reagir violentamente contra as comunidades judaicas.

Lendo isso, entendemos por que algumas pessoas se sentem incomodadas com a riqueza de muitos da classe média e alta. Esse desconforto não surge da vontade de beneficiar os mais pobres, pois suas políticas acabam oprimindo ainda mais os menos favorecidos.

Na verdade, buscam enriquecer, jogando as classes sociais umas contra as outras para se apresentarem como defensores dos mais pobres.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Adolf Hitler protagonizou o antissemitismo racial, ao proclamar a superioridade da raça ariana. O Holocausto exterminou 6 milhões de judeus em toda a Europa.

A “raça ariana” é um conceito não científico que foi central na ideologia racista do regime nazista liderado por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.

Os nazistas usaram esse termo para se referir principalmente aos povos que, segundo eles, possuíam características físicas como pele clara, cabelos loiros e olhos azuis.

Hitler e outros ideólogos nazistas adaptaram essa ideia para justificar políticas de discriminação, perseguição e extermínio, proclamando que os “arianos” eram a raça superior, destinada a dominar todas as outras.

Isso levou à perseguição de grupos que não se enquadravam nessa definição, especialmente os judeus, mas também os ciganos, pessoas de origem africana, entre outros.

3. Antissemitismo hoje.

A criação do Estado de Israel, em 1948, não garantiu paz aos judeus. O país vive em estado de alerta em função de ataques terroristas internos e externos, feitos em nome de uma causa palestina. O mais brutal da história recente ocorreu em outubro de 2023.

Cinco grupos palestinos armados uniram-se ao Hamas, e, partir da Faixa de Gaza, atacaram Israel por ar, terra e mar, cometendo barbáries inimagináveis contra civis e deixando cerca de mil e duzentos mortos, além de levar cerca de mais de 200 pessoas reféns.

Depois disso, os casos de antissemitismo aumentaram em várias partes do mundo. O que os inimigos de Israel querem não é um acordo que lhes garanta um lugar para viver. Sua verdadeira causa é o extermínio do Estado de Israel.

Só Jesus, o Messias, salvará Israel, quando de sua conversão nacional (Is 11.10-16; Ez 37.12-14; Zc 12; 13; 14.4-9; Rm 11.26; Ap 1.7).

SINÓPSE III

O Antissemitismo Moderno é perigoso e cruel.

AUXÍLIO HISTÓRICO-TEOLÓGICO

É POSSÍVEL UM CRISTÃO SER ANTISSEMITA?

“É essencial para os antissemitas separar Jesus de sua origem judaica, pois fizeram isso, então o ódio se torna moderno, e o antissemitismo se torna uma virtude cristã. Como eu disse anteriormente, um cristão antissemita é um paradoxo.

Um antissemita, neste contexto, é um cristão morto cujo ódio estrangulou a sua fé. Como um camaleão, o antisemitismo pode mascarar-se, alternadamente, como “fazer a vontade de Deus”, ou como uma ideologia política.

Se Jesus puder ser separado de suas raízes judaicas, então os cristãos podem continuar a louvar os judeus mortos do passado (Abraão, Isaque e Jacó) enquanto desprezam os Goldberg do outro lado da rua.

Mas quando você encara corretamente o povo judeu como a família do nosso Senhor, eles se tornam a nossa família ampliada, a quem recebemos a ordem de amar incondicionalmente.

Adolf Hitler reconheceu que precisava destruir as raízes judaicas de Jesus na mente do povo alemão. Da sua mente doentia veio a Regra Mischlinge, que definia legalmente um judeu como alguém que tivesse o pai e a mãe judeus.

Hitler fez isso por dois motivos. Primeiro, ele tinha que absolver Jesus por ser judeu, reconhecendo que Ele nascera exclusivamente da Virgem Maria. Os valentões nazistas jamais teriam assassinado entusiasticamente seis milhões de parentes do nosso Senhor.

Segundo, Hitler temia ser parcialmente judeu” (HAGEE, John. Em Defesa de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.109-10).

CONCLUSÃO

O antissemitismo não se revela apenas através de atos hostis, mas também de apoio aberto ou posturas complacentes aos inimigos de Israel, como os grupos terroristas, ou, ainda, por meio de críticas sistemáticas aos atos de defesa israelenses, pintando o país como o vilão da história.

A despeito dos pecados dos judeus, Deus tem um plano com Israel e vai restaurá-lo quando, arrependido, aceitar o Messias (Rm 11.25-32). “[Oremos] pela paz de Jerusalém!” (Sl 122.6).

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Qual era o plano de Hamã e sua extensão?

Hamã planejou a destruição dos judeus de todo o reino de Assuero (Et 3.6). Isso incluía até os que haviam retornado para Jerusalém.

2. Como Hamã fez para obter a ordem do rei contra os judeus?

Hamã convenceu Assuero escondendo sua verdadeira motivação, que era pessoal. Disse que havia um povo no reino que tinha leis diferentes e não cumpria as leis do rei. Por isso, convinha que fosse exterminado (Et 3.8).

3. Qual a reação dos judeus diante da notícia de extermínio?

O decreto de Assuero tirou a tranquilidade de todos os judeus e os levou a buscar o socorro divino (Et 4.3).

4. O que é o antissemitismo e quais são as suas faces?

De forma prática, antissemitismo é hostilidade sistemática contra os judeus.

5. Cite três exemplos de práticas antissemitas.

É possível verificar, ao longo da história, três faces de expressão desse ódio obstinado: antissemitismo religioso, nacionalista e racial.

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