EBD Licao 4 ADULTOS O Encontro de Rute com Boaz 3 Tri 2024

EBD – Lição 4 (ADULTOS) – O Encontro de Rute com Boaz – 3 Tri 2024

EBD – Lição 4 (ADULTOS) – O Encontro de Rute com Boaz – 3 Tri 2024

TEXTO ÁUREO

“O Senhor galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galardão do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar.” (Rt 2.12)

VERDADE PRÁTICA

O verdadeiro e puro modelo de bondade é servir uns aos outros de coração, confiando na fidelidade e justiça de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Gn 38.6-11; Dt 25.5-10

O costume do casamento conforme a Lei

Terça – Mt 5.13-16

A importância do testemunho pessoal em todas as áreas da vida

Quarta – Mc 2.15-17; Jo 4.3-27

Jesus, o homem puro que interagia com todos

Quinta – Mt 11.19

Humildade e mansidão como virtudes cristãs essenciais

Sexta – 2 Co 9.6; Gl 6.7

A inflexível lei da semeadura na vida

Sábado – Jó 14.7-9

Quando a esperança brota em meio às tormentas da vida

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Rute 2.1-4; 11,12,14

1 – E tinha Noemi um parente de seu marido, homem valente  e  poderoso, da geração de Elimeleque; e  era  o seu nome Boaz. 

2 – E Rute, a moabita, disse a Noemi: Deixa-me ir ao campo, e apanharei espigas atrás daquele em cujos olhos eu achar graça. E ela lhe disse: Vai, minha filha. 

3 – Foi, pois, e chegou, e apanhava  espigas  no campo após os segadores; e caiu-lhe em sorte uma parte do campo de Boaz, que  era  da geração de Elimeleque. 

4 – E eis que Boaz veio de Belém e disse aos segadores: O  Senhor  seja  convosco. E disseram-lhe eles: O  Senhor  te abençoe.   

11 – E respondeu Boaz e disse-lhe: Bem se me contou quanto fizeste à tua sogra, depois da morte de teu marido, e deixaste a teu pai, e a tua mãe, e a terra onde nasceste, e vieste para um povo que, dantes, não conheceste. 

12 – O  Senhor  galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galardão do  Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar.   

14 – E, sendo já hora de comer, disse-lhe Boaz: Achega-te aqui, e come do pão, e molha o teu bocado no vinagre. E ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu do  trigo  tostado, e comeu e se fartou, e  ainda  lhe sobejou.

HINOS SUGERIDOS: 178, 410, 473 da Harpa Cristã

EBD ADULTOS CPAD3° TRIMESTRE DE 2024 – REVISTA: O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos Livros de Rute e Ester para a Nossa Geração – Escola Biblica Dominical – Lição 4 (ADULTOS) – O Encontro de Rute com Boaz – 3 Tri 2024 – PROGRAMA EBD COMENTADA ONLINE – Lição comentada pelo Pastor Mário Luna.

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

A presente lição tem como tema o encontro de Boaz com Rute. Boaz aparece no capítulo dois do livro como um homem próspero e respeitado por todos. Ele tratou Rute como muito respeito.

Nesse encontro, percebemos como Deus estava agindo para solucionar um problema familiar e, ao mesmo, configurar todo um plano de salvação que seria plenamente revelado em Jesus Cristo, o nosso Salvador.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Apresentar a proposta de Noemi; II) Abordar a convicção amorosa de Rute em relação a sua sogra; III) Refletir a respeito da lei da semeadura na colheita de Rute.  

B) Motivação: O encontro de Boaz com Rute revela a preciosa soberania de Deus conduzindo a história de uma mulher. Muitas vezes não compreendemos os caminhos que encontramos na vida. Entretanto, sabemos que tudo contribui para o bem dos que amam a Deus. A vontade de Deus é perfeita e agradável. 

C) Sugestão de Método: No segundo tópico, temos um contraste muito interessante. Uma postura verdadeira de homem, acompanhada por ternura e respeito. Nesse sentido, enfatize o subtópico “a pureza não exclui a ternura”.

Mostre, principalmente, aos homens da classe a Bíblia ensina que o homem deve exercer liderança e, ao mesmo tempo, transmitir carinho à esposa e aos filhos, de maneira gentil e generosa. Numa família, é importante corrigir e, igualmente, demonstrar afeto ao cônjuge e aos filhos. Isso traz segurança e equilíbrio a todos.    

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: A lição desta semana nos ensina a depender de Deus, a confiar nos seus desígnios. Com respeito e sensibilidade espiritual, devemos viver a nossa vida cristã honrando a Deus e esperando que o seu propósito e desígnios se revelem em nossas vidas.

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Boaz”, localizado após o primeiro tópico, destaca o perfil e o caráter desse personagem; 2) O texto “O Contexto Histórico do Trabalho de Rute”, localizado após o último tópico, apresenta detalhes sobre o labor na colheita.

01 - Como Facilitar meu estudo da Bíblia

INTRODUÇÃO

Na lição anterior, o assunto central foi a amizade entre Noemi e Rute; sogra e nora. Nesta, um novo personagem entra em cena: Boaz, o parente remidor. Veremos como o Deus da providência recompensa os que se doam a bons relacionamentos.

PALAVRA-CHAVE: ENCONTRO

EBD ADULTOS CPAD3° TRIMESTRE DE 2024 – REVISTA: O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos Livros de Rute e Ester para a Nossa Geração – Escola Biblica Dominical – Lição 4 (ADULTOS) – O Encontro de Rute com Boaz – 3 Tri 2024 – PROGRAMA EBD COMENTADA ONLINE – Lição comentada pelo Pastor Mário Luna.

I – BOAZ, O REMIDOR

1. Um homem próspero.

O capítulo 2 de Rute nos apresenta Boaz, um “homem valente e poderoso, da geração de Elimeleque” (Rt 2.1). Os termos “valente” e “poderoso” referem-se ao caráter íntegro e à influência de Boaz, além de seu poder econômico.

Um grande produtor rural, Boaz tinha plantações de cevada e trigo, e muitos trabalhadores a seu serviço (Rt 2.5,6,23). Reunia qualificações e condições para cumprir o papel de remidor.

Em outras palavras, Boaz era um homem com uma conduta respeitada, exercia influência e ainda era um homem rico, especialmente considerando o contexto da época, em um cenário que havia passado por um período de fome.

2. “Goel” e “Levir”.

A expressão “da geração de Elimeleque” não nos permite saber o grau de parentesco entre Boaz e o marido de Noemi. Segundo uma tradição rabínica, era sobrinho.

Como parente próximo, poderia ser o “goel”, ou seja, o resgatador da terra que o falecido havia vendido (Rt 4.3), como também poderia cumprir o costume antigo do casamento (Gn 38.6-11). Eram duas prescrições distintas contidas na Lei de Moisés.

Precisamos lembrar que, apesar de serem duas prescrições contidas na Lei de Moisés, nem todos os israelitas estavam dispostos a cumprir a Lei de Deus. O período era dos juízes, em que predominava a seguinte conduta:

Jz 21:25 na (ARC) diz: Naqueles dias, não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos.

Sendo assim, era necessário um agir de Deus no coração de alguém sensível à Sua voz, e esse homem era Boaz. Onde estão os homens e mulheres sensíveis à voz de Deus?

A (lei) do resgatador previa que quando um israelita ficasse pobre e precisasse vender suas terras, seu parente mais próximo tinha o dever de comprá-las de volta e restituir-lhe. E se o hebreu fosse comprado como escravo por um estrangeiro, um parente tinha o dever de resgatá-lo (Lv 25.25-28; 47-59).

No antigo Israel, a terra dada pelo Senhor aos israelitas não podia ser vendida definitivamente. Se uma parte da terra fosse hipotecada para pagar dívidas, o parente mais próximo tinha a obrigação de “resgatar” a terra pagando a hipoteca, demonstrando o dever e a solidariedade comunitária.

Exemplos dessa prática aparecem em Jeremias 32:6-15, onde Jeremias resgatou a terra de seu parente, e em Rute 4:1-12, que aborda o contexto legal dessa prática. Esse sistema mantinha a terra na família, sinalizando que ela pertencia à comunidade da aliança.

A importância desse direito é evidenciada na recusa de Nabote em vender sua herança ao rei Acabe (1 Reis 21:2-3). Similarmente, na antiga Mesopotâmia, a terra frequentemente pertencia a famílias, não a indivíduos.

Já a lei do levirato previa que o irmão do cunhado (“levir”) se casasse com a viúva e suscitasse descendência ao falecido (Dt 25.5-10; Mt 22.24-48).

Perpetuar a descendência era algo importantíssimo para os israelitas. Um homem sem descendência era um homem que rapidamente cairia no esquecimento. Por isso, era um homem sem história perpetuada.

Tudo indica que essa prática foi ampliada, seguindo uma ordem de parentesco mais abrangente, semelhante à do resgatador (Lv 25.48,49). No caso de Boaz, havia um remidor “mais chegado” que ele (Rt 3.12).

Nesse caso, havia alguém com o grau de parentesco mais próximo de Elimeleque do que Boaz.

3. Temor e respeito.

A saudação de Boaz a seus empregados demonstra que ele temia a Deus. A invocação a Jeová (“O Senhor seja convosco”), dirigida a todos os segadores, indica, também, seu respeito aos que com ele trabalhavam.

Os empregados lhe retribuem com uma saudação também amistosa e piedosa: “O Senhor te abençoe” (Rt 2.4). Patrões e empregados devem se tratar com mútua consideração, reconhecendo a posição e o papel próprios de cada um na relação de trabalho (Ef 6.5-9; Cl 3.22 – 4.1).

Boaz é considerado um herói. Não os heróis que conhecemos nos filmes, mas um herói no sentido bíblico. Esse tipo de herói pensa nas pessoas antes de si mesmo, é sensível às suas necessidades e oferece ajuda sem nenhuma má vontade. Ele está a serviço do Senhor. Assim procedia Boaz.

Onde estão os heróis desse tipo em nossos dias?

SINÓPSE I

Boaz era um homem próspero e respeitado por todos que o cercavam.

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

BOAZ

Os heróis são mais fáceis de se admirar do que de definir. Eles raramente percebem seus instantes de heroísmo, e outras pessoas não podem reconhecer seus atos como heróicos. Eles simplesmente fazem a coisa certa no momento certo, quer percebam ou não o impacto causado por sua ação.

Talvez a qualidade que compartilham seja uma tendência a pensar nas outras pessoas antes de si mesmos. Boaz era um herói.

Ao lidar com as pessoas, era sempre sensível às suas necessidades. Suas palavras para com seus empregados, parentes e outros eram generosas. Ele oferecia ajuda abertamente, não de má vontade.

Quando descobriu quem era Rute, tomou várias atitudes para ajudá-la porque ela fora útil à sua sogra Noemi. Quando Noemi aconselhou Rute a pedir sua proteção, ele estava pronto a casar-se com ela, caso as implicações legais pudessem ser solucionadas” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.358).

EBD ADULTOS CPAD3° TRIMESTRE DE 2024 – REVISTA: O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos Livros de Rute e Ester para a Nossa Geração – Escola Biblica Dominical – Lição 4 (ADULTOS) – O Encontro de Rute com Boaz – 3 Tri 2024 – PROGRAMA EBD COMENTADA ONLINE – Lição comentada pelo Pastor Mário Luna.

II – O CARINHO DE BOAZ PARA COM RUTE

1. A pureza não exclui a ternura.

Logo que chegou ao campo, Boaz notou a presença de uma moça diferente entre os que respigavam (Rt 2.5). Informado de que era Rute, dirigiu-se a ela de forma carinhosa.

Chamando-a de filha, deu liberdade para continuar catando espigas em sua plantação e lhe assegurou de que seria tratada com o devido respeito: “não dei ordem aos moços, que te não toquem?” (Rt 2.9). Boaz se preocupou com a segurança de Rute.

Rebuscar era um trabalho árduo e arriscado, especialmente para uma mulher estrangeira como Rute.

Nem todos os proprietários de terras cumpriam a lei, tornando o ato perigoso. Como moabita, Rute não tinha proteção de um clã, o que aumentava seu risco. Ao sair para rebuscar e prover comida para si e para Noemi (Rt 2.2), Rute estava se arriscando.

Ela tomou um passo de fé, esperando encontrar um proprietário temente a Deus e generoso. Ter fé implica em agir dentro de nossas possibilidades, confiando que Deus proverá nossas necessidades.

Assédio moral e sexual são atitudes pecaminosas e perturbadoras no ambiente laboral e em qualquer área da vida.

Quantos patrões e chefes se aproveitam de sua posição para tentar tirar proveito nessa área, e existem pessoas que aceitam isso para conseguir alguma vantagem.

Boaz era um cavalheiro, muito educado com todos. Um viver santo não exige que sejamos rudes e descorteses (2 Rs 4.8,9). Jesus, o mais puro dos homens, convivia com todos (Mc 2.15-17; Jo 4.3-27).

A separação do povo de Deus dos pecadores no Antigo Testamento envolvia separação geográfica e nas práticas. Porém, como cristãos, não temos como deixar de conviver com pessoas que não servem a Deus, mas não podemos viver suas práticas (Sl 1.1; Rm 12.2).

2. Deus estava agindo.

A atitude de Boaz surpreendeu Rute. Como estrangeira e pobre, certamente ela tinha receio de como seria tratada. Agia com educação e muita discrição (Rt 2.7).

Apesar dos riscos de rejeição, que dominam muitas pessoas, Rute sabia se colocar no seu lugar.

Impressionada com o gesto de Boaz, inclinou-se ao chão e, de forma humilde, reconheceu ser indigna do tratamento que recebeu (Rt 2.10).

Rute reconhecia que Boaz estava agindo além de suas obrigações, e por isso sentia-se grata.

Ela não se aproveitou de sua bondade e manteve uma postura humilde. No entanto, sentia curiosidade e perguntou a Boaz por que ele a tratava com especial favor, sendo ela apenas uma estrangeira.

Havia uma motivação especial na conduta de Boaz: ele já conhecia a bela história de Rute (Rt 2.11). Um bom testemunho nos abre muitas portas.

Quais são as histórias que as pessoas conhecem sobre nós?

3. Sensível e espiritual.

Boaz conciliava firmeza moral e sensibilidade; ternura e espiritualidade. O versículo-chave do livro é uma declaração feita por ele a Rute (Rt 2.12). Boaz tinha uma profunda compreensão espiritual.

Mesmo em meio à apostasia durante o período dos juízes, Deus estava atento aos que o buscavam com sinceridade (Sl 17.8; 36.7; 63.7). A história de Rute exemplifica a providência divina na vida dos que confiam em Deus.

Assim como Abraão atendeu ao chamado do Senhor, a fé de Rute a levou a deixar sua pátria e família para cumprir seu papel no propósito redentor de Deus (Gn 12.1-4).

Ele (Boaz) reconhecia que o Deus dos hebreus não estava limitado a fronteiras territoriais ou barreiras étnicas.

Aqui existe um ponto interessante para considerarmos, pois, ao voltarmos aos ancestrais de Boaz, vamos descobrir que ele era filho de Salmom com Raabe. Portanto, sua mãe era uma estrangeira também (Gn 38.29,30; 46.12; Rt 4.18-22; Mt 1.3-5).

E como servo de Yahweh, estava sendo usado para abençoar uma piedosa moabita. Suas palavras tocaram profundamente o coração de Rute e lhe deram grande conforto (Rt 2.13).

Rt 2:13 na (ARC) diz: E disse ela: Ache eu graça em teus olhos, senhor meu, pois me consolaste e falaste ao coração da tua serva, não sendo eu nem ainda como uma das tuas criadas.

SINÓPSE II

Boaz tratou Rute com ternura, respeito e sensibilidade espiritual.

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III – A COLHEITA DE RUTE E A SUA SOBREVIVÊNCIA

1. A lei da semeadura.

Uma cosmovisão secular produz a ilusão de que vivemos em um mundo “dos homens”, apartados de Deus e não afetados por Ele. Isso é fruto de uma incredulidade crescente (Lc 18.1-8; 1 Tm 4.1).

Essa visão dualista em nada condiz com as Escrituras e com a realidade dos que confiam no Senhor da providência. Rute decidiu servir ao Deus de Israel, em vez de Quemós, o deus dos moabitas, cuja adoração incluía o sacrifício de crianças (Nm 21.29; 1 Rs 11.7; 2 Rs 3.26,27).

Agora, ela começava a experimentar a mão invisível de Jeová-Jireh agindo graciosamente em seu favor. A lei da semeadura funciona integralmente (2 Co 9.6; Gl 6.7).

Rute aceitou servir ao Senhor e favoreceu sua sogra, priorizando-a, e agora recebe o favor de Deus através de Boaz, que inclusive lhe permitiu participar da refeição junto com os segadores.

Rt 2:14 na (ARC) diz: E, sendo já hora de comer, disse-lhe Boaz: Achega-te aqui, e come do pão, e molha o teu bocado no vinagre. E ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu do trigo tostado, e comeu e se fartou, e ainda lhe sobejou.

Ter um lugar ao lado dos segadores indicava que Rute havia sido aceita no grupo de Boaz, que demonstrou especial favor ao oferecer-lhe espigas tostadas. Isso não foi apenas um gesto de cortesia; o narrador destaca que Rute recebeu o que desejava para comer, e ainda sobraram quantidades substanciais.

Você acredita na lei da semeadura?

2. Os “acasos” de Deus.

O primeiro sinal da ação de Deus foi a escolha aparentemente aleatória que Rute fez, indo apanhar espigas no campo de Boaz (Rt 2.3). Para ela, era apenas uma casualidade, quando, na verdade, era um inequívoco ato da providência divina.

Deus tem o controle de tudo e age em favor dos que o amam (Rm 8.28). Quando Rute retornou para casa e contou onde havia trabalhado, Noemi não escondeu sua exultação (Rt 2.20). Uma esperança brotou no coração da pobre viúva (Jó 14.7-9).

Noemi, como uma mulher temente a Deus, sabia que uma notícia como aquela não se tratava do acaso, mas da providência divina. Você consegue perceber a providência de Deus em sua vida?

3. O resultado da colheita.

Alguns frutos de nossas ações são colhidos de imediato. Outros levam tempo para aparecer. Pela forma graciosa como era tratada, Rute colhia cereais em abundância diariamente nos campos de Boaz (Rt 2.17,21).

A colheita garantia sua sobrevivência e de sua sogra. O trabalho árduo durou toda a estação: entre março e abril colheu cevada; e de abril a junho, trigo. Concluído o trabalho, ficou com a sogra (Rt 2.23).

Quando o trigo e a cevada eram colhidos, os ceifeiros cortavam os talos e deixavam as laterais dos campos e os grãos caídos para os pobres, conforme a lei israelita (Lv 19.9; 23.22; Dt 24.19).

Essa legislação visava alimentar os necessitados e fazia parte do programa de bem-estar em Israel. Como viúva sem sustento, Rute foi ao campo de Boaz para apanhar grãos, tomando a iniciativa em vez de esperar ajuda. Deus providenciou tudo o que ela precisava.

O trabalho de Rute, embora difícil e humilde, foi realizado com fidelidade. Qual é a sua atitude quando sua tarefa não corresponde com o seu verdadeiro potencial?

Uma “colheita” ainda maior seria feita por ela em tempo oportuno (Ec 3.1). Nosso Deus trabalha por aqueles que nEle esperam (Is 64.4).

O tempo de Deus não é o nosso tempo, e os caminhos de Deus são insondáveis; por isso, devemos confiar na Sua boa, perfeita e agradável vontade.

SINÓPSE III

A história de Rute com Boaz revela a validação da lei da semeadura e o bom plano de Deus em sua vida e no mundo.

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

O CONTEXTO HISTÓRICO DO TRABALHO DE RUTE

Quando o trigo e a cevada estavam prontos para serem colhidos, os ceifeiros eram contratados para cortar os talos e juntá-los em feixes. A lei israelita mandava que as laterais dos campos fossem deixadas de lado.

Além disso, os grãos que caíam ficavam no chão para as pessoas pobres, que os apanhavam (ato de respigar) e usavam como alimento (Lv 19.9; 23.22; Dt 24.19). O propósito desta lei era alimentar o pobre e impedir que os donos os armazenassem.

Esta legislação fazia parte do programa de bem-estar em Israel. Por ser uma viúva sem meios de sustentar a si própria, Rute foi ao campo de Boaz apanhar estes grãos.

Rute foi para uma terra estranha. Ao invés de depender de Noemi ou esperar que algo de bom acontecesse, tomou a iniciativa e foi trabalhar. Não titubeou em admitir sua necessidade e buscou meios para supri-la.

Quando saiu ao campo, Deus proveu-lhe todas as coisas. Se você espera pela provisão do Senhor, considere isto. Provavelmente Ele aguarda o seu primeiro passo, o qual demonstrará a importância de sua necessidade.

O trabalho de Rute, embora servil, cansativo e talvez degradante, foi feito fielmente. Qual é a sua atitude quando sua tarefa não corresponde com o seu verdadeiro potencial?” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.358).

CONCLUSÃO

A atitude de fé de Rute estava sendo recompensada. Sua prontidão em cuidar da sogra levou-a a encontrar conforto e proteção naquele que seria o resgatador de toda a família e que a incluiria na genealogia do Redentor da humanidade.

O Deus de Rute é o nosso Deus. Ele continua agindo por aqueles que decidem se abrigar debaixo de suas asas. Confiar nEle e viver fazendo o que lhe agrada é o meio infalível de alcançar sua misericórdia e favor.

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Quem era Boaz?

Um “homem valente e poderoso, da geração de Elimeleque” (Rt 2.1). Um grande produtor rural, Boaz tinha plantações de cevada e trigo, e muitos trabalhadores a seu serviço (Rt 2.5,6,23).

2. Qual o significado de “goel” e “levir”?

“Goel”, ou seja, o resgatador da terra que o falecido havia vendido (Rt 4.3). “Levir”, o irmão do cunhado.

3. Qual o versículo-chave do livro de Rute?

O versículo-chave do livro é uma declaração feita por ele a Rute: “O Senhor galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galardão do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar” (2.11).

4. O que motivou Boaz a tratar Rute com tanta generosidade?

Boaz tinha uma profunda compreensão espiritual. Ele reconhecia que o Deus dos hebreus não estava limitado a fronteiras territoriais ou barreiras étnicas.

5. Qual a reação de Noemi quando Rute lhe informou sobre Boaz?

Quando Rute retornou para casa e contou onde havia trabalhado, Noemi não escondeu sua exultação: “Bendito seja do Senhor, que ainda não tem deixado a sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos […]: Este homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos remidores” (Rt 2.20).

VOCABULÁRIO

Respigavam: apanhavam no campo as espigas que ali ficavam; colhiam.

Laboral: Relativo ao trabalho.

Cosmovisão: Visão de mundo; forma de viver.

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